quinta-feira, 13 de agosto de 2009

OS MOÇANBIQUES NO MUNICIPIO DE OSÓRIO

Participam do grupo mais de 30 pessoas, descendentes de africanos, da sede de Osório,Capão da Canoa, Maquiné e das localidades de Praínha e Pinheiro. Fazem parte do grupo: a Rainha Ginga, o Rei Comgo, os pajens que acompanham o Rei e a Rainha Ginga,a chefia da gerência, a vara dos dançantes, e também os capitães-de-espada,o capitão-chefe e o capitão da bandeiras.Os Moçambiques usam roupas brancas, os pés descalços, um gorro e uma espécie de avental branco.Cada fila é identificada por fitas azuis ou vermelhas que trazem nas roupas,nas pernas usam guizos que são feitos com um cilindro de taquara com sementes. São as maçaquaias para dar ritmo às cantigas.
Os negros de Conceição do Arroio(Osório), como todos os outros negros do Brasil, perderam quase toda a sua cultura, inclusive sua língua, mantendo apenas um pouco da religião e autos folclóricos, aqui denominados Moçambique ou Quicumbi, sendo esta a última manifestação dançante semelhante à do Moçambique.
Moçambique é uma forma de dança de cortejo, cujo enredo,é a representação de um combate simbólico, tendo como centro a rainha ginga. O auto folclórico Moçambique é uma manifestação sócio-cultural-religiosa, criada pela raça negra, com o intuito de preservar suas origens em ambientes diferentes nos quais viviam na África, há quase 400 anos.
As danças, as roupas, o ritmo, as letras de suas músicas foram criadas aqui no Brasil, mais especificamente, no município de Osório, quando ainda se chamava Estância da Serra.
Inicia - se o auto folclórico sempre com a largada das bandeira, e o levantamento do mastro;depois seguem-se as novenas.
A Rainha Ginga é personagem histórica, sendo conhecida a luta dessa Rainha de Angola, que viveu de 1581 a 1663.
Para assumir o trono, mandou matar o Rei de Angola, seu irmão, que por sua vez, teria mandado assassinar o filho da Rainha Ginga, seu seu herdeiro no trono.
A Rainha Ginga combatia os invasores portugueses. Mas ora a eles se aliava, ora aos holandesses contra os portugueses.
A Rainha Ginga chegou a converter - se à religião católica, recebendo o nome cristão de Ana de Souza. Mais tarde renegou a nova fé e expulsou os portugueses invasores de suas terras. Apossou - se do reinado do Congo, fazendo - o dependente da sua vontade.

Nossa Senhora do Rosário

A festa de Nossa Senhora do Rosário, juntamente com os Moçambiques, realiza - se anualmente, na Igreja Matriz em Osório, no mês de outubro.Durante quatro dias o município torna - se sede de uma das manifestações folclóricas mais antigas do Brasil.

OS MOÇAMBIQUES NO MUNICÍPIO DE OSÓRIO

Em 24 de abril de 1742, foi erguida nos campos da Estância da Serra,nas proximidades do Arroio Aceira, por Antônio Gonçalves dos Anjos, uma capela posta sob a proteção da Nossa Senhora da Conceição da Santa Virgem.
Supõe - se que esta capela tenha dado origem à atual cidade de Osório.
Em 18 de janeiro de 1773, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição.
Em 1780 sete anos depois de criada a freguesia, a comunidade contava com 158 negros, 234 brancos e 25 índios.
No recenseamento de 1814,Conceição do Arroio contava com:brancos 837, indígenas 19, mestiços 180, escravos de origem africana 538, recém nascidos 74, num total de 1648 almas.
Através dos livros de batismos verifica-se que procedem de Angola,Guiné,Cabo Verde,Congo e Costa da Mina, podendo-se então dizer que o negro de Conceição era procedente destas comunidades africanas.

OS MOCAMBIQUES

Morro Alto, hoje distrito do Município de Maquiné, agrega a maior concentração de pretos e seus descendentes do Litoral Norte. Deste lugar é que se origina o maior número de participantes das Congadas de Osório. A presença dos escravos em Morro Alto está ligada aos canaviais e aos produtos derivados da cana,como cachaça,melado e rapadura.Plantava-se também mandioca para a produção de farinha.
Em Moçambique,na África,havia uma alfândega que controlava a saída de escravos para o Brasil,de várias nacionalidades africanas.
Supõe-se que o auto folclórico realizado em Osório tenha fixado o nome Moçambique por causa daquela alfândega africana.

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